Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Bom para malária! O aperitivo francês que quase todo mundo esqueceu

Divulgação

Embora fora de moda, o aperitivo St Raphaël é uma daquelas bebidas tradicionais que merecem ser provadas ao menos uma vez.

Sua base é o mistelle, o mosto de uvas não fermentado temperado com álcool etílico potável e sem adição de sacarose ou outro adoçante – o que o faz ser uma espécie de vinho fortificado.

O ingrediente mais marcante são as cascas de quinquina, uma planta andina que contém a quinina, base do quinino, usado no tratamento da malária.

A produção inclui ainda raspas de laranja, baunilha e cacau. Tudo é macerado lentamente no destilado até que os aromas sejam totalmente absorvidos.

O resultado é uma bebida de certo amargor, com teor alcoólico de 18°, e de uma qualidade bem superior a muitas poções vendidas por aí.

Beber uma dose de quinquina, como a bebida era conhecida, era um programa chique na Paris do final do século 19 primeira metade do século XX.

Naquele tempo, degustar um cálice das versões rouge ou blanc exigia um estilo de vida todo especial.

Surgida em 1830, St. Raphäel tem uma conexão tão grande com a França que teve participação de destaque na Exposição Universal de 1900, em Paris; da Exposição Internacional de Artes de Paris, de 1937, e patrocinou por 10 anos uma equipe de ciclismo de estrada.

Seus cartazes viraram clássicos.

A partir de 1936, as peças foram desenhadas pelo artista plástico francês Charles Loupot, um dos pioneiros das técnicas litográficas.

A coleção de artes gráficas mais representativa é a de dois garçons, um vermelho e um branco, em referência às colorações dos produtos. As silhuetas são inspiradas nos atores Armand Bernard e Paul Marien, que tiveram algum destaque no início do cinema francês.

Só que hoje tem pouco marketing… São menos de 500 seguidores no Instagram, ambiente onde seus concorrentes brigam por espaço.

Abaixo, veja uma série de cartazes impactantes da quinquina, produzidos ao longo do século 20, a partir de 1932.

Para ninguém esquecer que a St Raphäel ainda existe.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais

Posts relacionados:

Malbec francês prepara sua volta à mais alta prateleira dos vinhos de luxo

Malbec francês prepara sua volta à mais alta prateleira dos vinhos de luxo

Tudo indica que um malbec francês, enfim, voltará a ser vendido por La Place de Bordeaux, a mais prestigiada e antiga rede de distribuidores de vinhos de luxo do mundo.

O site especializado The Drink Businness anunciou a intenção da produtora Maison Georges Vigouroux, da região de Cahors, de apresentar seu rótulo Château de Haute-Serre Grand Malbec 2022 aos comerciantes mais importantes do mercado em setembro.

Em busca de um bom malbec, Miolo compra vinícola na Argentina

Em busca de um bom malbec, Miolo compra vinícola na Argentina

Eis uma boa notícia para os brasileiros que gostam de vinho. A Miolo anunciou no início de dezembro a compra da Bodega Renacer, localizada no entorno de Mendoza, na Argentina, aos pés da Cordilheira dos Andres.

É uma vinícola boutique, com 30 hectares de vinhedo, alguns com mais de 70 anos, e equipamentos modernos. Produz, entre outras uvas, cabernet franc, cabernet sauvignon e, claro, malbec.

Sua produção anual é de 1,3 milhão de garrafas por ano, com foco no mercado premium e em exportação. Dá para comprar alguns de seus (bons) rótulos em supermercados brasileiros. O local tem ainda um restaurante com uma estrela Michelin e um programa de enoturismo concorrido entre os brasileiros.

Afinal de contas, nós viemos aqui para beber ou para conversar?

Afinal de contas, nós viemos aqui para beber ou para conversar?

Conta o folclore do futebol que, certa vez, o ex-presidente do Corinthians Vicente Matheus agradeceu a Antarctica pelas ‘brahmas’ que a cervejaria havia mandado de graça para comemorar um título do time.

A frase tinha muito mais impacto num tempo que Brahma e Antarctica disputavam palmo a palmo a liderança do mercado de cerveja no Brasil, numa época sem concorrência com as marcas internacionais e obviamente antes de elas se juntarem para surgir a Ambev.

É desse tempo um dos bordões mais clássicos da publicidade brasileira, utilizado para vender Antarctica: ‘Você veio aqui para beber ou para conversar?’

Gim premium japonês será produzido em destilaria neutra em carbono

Gim premium japonês será produzido em destilaria neutra em carbono

O cuidado em se alinhar com as preocupações ambientais começa, aos poucos, a aparecer na indústria de bebidas. A produtora japonesa do gim premium KI

Os desenhos espirituosos de Jaguar, o sociólogo dos botecos cariocas

Os desenhos espirituosos de Jaguar, o sociólogo dos botecos cariocas

O cartunista Jaguar está na lista dos brasileiros que melhor descrevem a cultura do bar e de boteco.

O melhor de tudo é que ele faz isso em texto e desenhos.

O Jaguar é um humorista carioca com rica carreira em veículos de comunicação, contribuindo para o Pif-Paf, do Millôr Fernandes, e ajudando a criar O Pasquim. Está com 92 anos.

Suas impressões sobre o que o compositor Abel Silva chamou um dia de ‘o descanso do lar’ estão reunidas no ótimo livro “Jaguar de Bar em Bar – Confesso que Bebi, Memórias de um Amnésico Alcoólico, lançado em 2001.

Em 158 páginas, o Jaguar traz suas lembranças sobre bares clássicos do Rio de Janeiro onde tomou um chopinho (ou bem mais do que isso), muitas vezes acompanhado por uma dose do digestivo alemão Underberg.