O cartunista Jaguar está na lista dos brasileiros que melhor descrevem a cultura do bar e de boteco, especialmente os do Rio de Janeiro.
O melhor de tudo é que ele traduz a riqueza desse universo por meio de textos e desenhos.
O Jaguar é um humorista carioca que atuou em publicações como o Pif-Paf, do Millôr Fernandes, e ajudou a criar O Pasquim, jornal de resistência bem-humorada à Ditadura Militar. Está com 92 anos.
Parte de suas impressões sobre o que o compositor Abel Silva chamou um dia de ‘o descanso do lar’ estão reunidas no ótimo livro “Jaguar de Bar em Bar – Confesso que Bebi, Memórias de um Amnésico Alcoólico, lançado em 2001.
Em 158 páginas, o Jaguar traz suas lembranças sobre bares clássicos do Rio de Janeiro onde tomou um chopinho (ou bem mais do que isso), muitas vezes acompanhado por uma dose do digestivo alemão Underberg.
Também conta sobre suas andanças por São Paulo. “Por lá, você pode passar o ano inteiro indo a bares todos os dias e não repetir nenhum”, escreveu.
Inclui observações precisas como a que diz que um botequim ‘deve ser, de preferência, razoavelmente limpo. Mas não a ponto da gente pensar que está bebendo em uma enfermaria’. Afinal, segue, ‘ninguém morre de infecção contraída em bar. E quantos já morreram de infecção hospitalar?’
Comparação bem justa, não?
Ele também revela o segredo do Tom Jobim para evitar os chatos. Conta: “Óculos escuros é fundamental. O chato exige atenção pupilar. Sem saber para onde você está olhando, ele perde o moral. Aí, você aproveita o momento de fraqueza e escapa.”
Tanto quanto o texto, as caricaturas que ilustram a publicação são sensacionais. Muitas delas merecem ser enquadradas.
Abaixo, seguem alguns de seus desenhos, reproduzidos de forma amadora por mim.
Abra uma cerveja (ou sirva seu uisquinho…) e aproveite:








